'Não existe motivo para um ser humano fazer isso com outro', diz vítima de assalto

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Ainda sob o trauma das "duas horas de terror", o empresário feito refém por bandidos na noite de sábado, conversou, por telefone, com o Diário. Enquanto tentava conter as lágrimas, ele, que é dono de um posto de combustíveis, contou como foi a ação dos bandidos que invadiram sua casa. Confira a entrevista: 

Diário de Santa Maria _ Como foi o assalto?
Vítima -
Eles estavam escondidos no pátio. Quando me aproximei da piscina, os três, armados de revólveres e encapuzados, me abordaram querendo dinheiro e falando no cofre da casa. Perguntaram se eu estava só. Foram quase duas horas de terror.

Diário _ Eles eram violentos?
Vítima -
Dois eram extremamente violentos. O outro, que ficou comigo no quarto, parecia ser o líder. Ele estava calmo e me tranquilizou o tempo inteiro. A cada dois minutos, os outros dois vinham e me ameaçavam, diziam que iam me torturar e matar se não encontrassem nada. Mas o que ficou comigo dizia que ninguém ia me agredir. Ele até me deu o remédio que tomo diariamente.

Diário _ O senhor foi agredido?
Vítima -
Eles me amarraram, mas, em nenhum momento, fui agredido fisicamente. Também não vedaram meus olhos. Colocaram a fita na minha boca, mas eu disse que estava passando mal e eles tiraram.

Diário _ Como escapou?
Vítima -
Em todo o tempo em que eles ficaram lá em casa, conversei com o assaltante que ficou no quarto comigo. Consegui a confiança dele, e ele, a minha. Prometi que não sairia do quarto enquanto eles estivessem lá. Depois que eles foram embora, consegui me soltar e fugi pela janela. Um vizinho chamou a Brigada, que chegou em menos de cinco minutos.

Diário _ O senhor acredita que os bandidos o estavam monitorando anteriormente?
Vítima _
Sei que eles cortaram a cerca elétrica que tem nos fundos da casa e usaram uma escada para entrar. Acredito que conheciam minha rotina. Até comentei que eles deveriam tirar satisfação com quem tinha dado as informações erradas para eles, porque eu realmente não tenho nada de valor em casa. Eles levaram minha aliança de 28 anos de casado.

Diário _ Passado o susto inicial, como o senhor está se sentindo?
Vítima _
Ainda não consegui dormir. Caiu a ficha quando fui para a casa da minha mãe. Está complicado. Ficar duas horas nas mãos dos bandidos sem saber o que vai acontecer contigo. Amanhã (hoje), vou fazer coisas que preciso e vou sair da cidade. Já telefonei para minha mulher, que está viajando, e pedi para nem voltar. Santa Maria se tornou uma cidade muito ruim de se viver, criar os filhos. Parece uma metrópole violenta. Eu estou apavorado. Não existe motivo para um ser humano fazer isso com outro. É uma covardia muito grande. Dou graças a Deus que não aconteceu nada comigo. Mas vou sair, repensar a vida.

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